domingo, 26 de abril de 2009

Situação

Que os jovens absorvam

o que há com o mundo

para que não repitam

amanha!

sábado, 25 de abril de 2009

No longo caminho

Em uma amizade
daquelas de verdade
há o equilíbrio: VOCÊ

e a equilibrista: EU

Pergunta-se:
o que seria da
equilibrista
sem o equilíbrio?

(Para Aline de Oliveira Pimentel-e a saudade que está entre os vãos de nossas almas)

Como "cantar" uma história

Fazendo música
e jogando Mário
como criança que não sabe nada
e, assim, sabe tudo.

De que adinata ter
tanta história pra contar
e ninguém para ouvir...?

Mas tenhu certeza
de que se fosse música
ele ouviria..
até sentiria, quem sabe?!

Se talvez eu ritmasse
minhas histórias;
Se talvez eu as contasse
com tambores e violinos...

Ainda assim,
creio eu,
que ele prestaria mais atenção
na melodia.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Anticoncepcionada

Cheia de dúvidas
porém sem dívidas...

E era ele quem reclamava.

Ele era contagioso e
nem se embriagava
com o anticoncepcional.

E ele duvidou
endividou-se
engravidou-se de graves
infelicidades.

Já ela tomou o anticoncepcional
livrando-se do medo...
Era feliz, de fato,
e nada pediu ao ver
uma estrela cadente!

(Para aqueles que eu realmente aconselho um "anti"qualquer coisa).

NA REAL

SeJa CrIaNçA
MaS nÃo SeJa
iNfAnTiL.
SeJa AdUlTo
MaS nÃo SeJa
ImBeCiL!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Balanço

O mundo torna-se fascinate
e eu tento acreditar que há um Deus;
mas o balanço vai e vem.
Eu tento pensar que o amor dá certo;
mas o balanço vai e vem.
Eu sentada nele acompanho o vai e vem.
No lugar do coração eu tenho um cérebro
que vai e vem.
Quando vai, é tão bonito acreditar no infinito.
Quando vem, eu recomeço.
Vai e vem.
Quando vai deixo tudo pra trás;
quando vem vejo tudo igual.
Quando vai, Deus volta a existir;
Quando vem, ele nunca me viu.
E assim o mundo caminha até que pare o balanço.
E quando para eu dou mais impulso.
E ele vai e vem, vai e vem, vai e vem...
Infinito, pequeno, curto
e parou!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Vírus (a)

Tão pequena que tropeçou num átomo. E seu pulmão enchia-se com uma molécula de oxigênio.
Cavava a areia e colocava em seu balde como se enchesse de açúcar uma xícara sem café.
Mergulhava numa gota quase se afogando. Corre menos que as formigas.
Mas quando dorme sonha sonhos gigantes...capazes de engolirem o planeta.
E se tornou grande.
Tão grande que não cabia no mundo. Mas será que tinha uma alma?
Podia ter beleza oculta. Escondida o que era óbvio. E volto a falar de beleza. Beleza não é tamanho.
Tão quadrado que parecia uma estante. Tão formosa que parecia demente.
Tanta energia que ao invés de andar levitava. Tão apagado que parecia estar congelado.
Tão mesquinha que não dava nem risada. Tão alegre que enjoava de se ver.
Na fome da vida disputou uma acerola com uma abelha...
Lutou com uma borboleta por uma flor cheia de néctar...
Tão leve que foi levada pelo vento... do espirro de um bebê.

Impávidos minúsculos corações

Fora presa. Passeava na avenida, calor intenso de uns 40°, carros abrindo feridas no ozônio. Do alto vinha um som sutil, que parecia de algo bem pequeno. Estava passando por uma humilde lanchonete onde avistou a gaiola e o minúsculo elemento a cantar (como poderia cantar?). Era quase inevitável. A dor não pára. Num pulo ela agarrou aquela frágil jaula, quebrou-a com se, com pressa, abrisse uma bala. Adrenalina. A figurinha cantante cantava com grande afã, com medo, e debatia-se pelos “cantos”. Como em qualquer outra cidade grande, havia uma viatura da PM como parte da ferida, passando na avenida, que fora subitamente surpreendida pela dona da lanchonete-velha tirana e indiscreta.
Levaram a moça. Ainda revoltada segurava pedaços descartáveis de madeira, fragmentos do cárcere. O canto havia cessado. O transito voltava ao normal. O barulho era mudo e indiferente. A moça, agora, cantava em sua cela (como poderia cantar?). Salvara a sua intenção de liberdade, mas não a existência de uma pobre criatura que nem sabia voar.